Friso do Partenon

Representação de cavaleiros no friso ocidental

O friso do Partenon ou friso das Panateneias é um friso esculpido que originamente rodeava o sékos (parte fechada) do Partenon, na Acrópole de Atenas, Grécia. De ordem jónica — apesar do edifício ser dórico, — o friso é de mármore pentélico, tem 160 metros de comprimento e tem representações 378 figuras humanas. É uma obra de vários artistas, mas muito provavelmente foi esculpida sob a direção de Fídias entre 442 e 438 a.C.

A intepretação mais aceite é que o friso representa a procissão do peplo durante as Panateneias. É uma novidade na escultura grega, pois trata-se de um tema não mitológico num edifício de vocação religiosa. A procissão parte no lado ocidental, onde estão representados os preparativos. Passa depois em paralelo nas paredes sul e norte, que representam os mesmos temas: primeiro os cavaleiros, depois os carros até perto do meio, seguem-se os personagens masculinos a pé. O lado norte, possivelmente o mais visto, é o que tem recebido mais atenção por parte dos escultores e estudiosos de arte. A procissão termina no lado oriental, onde é acolhida pelos deuses. Ali aparecem pela primeira vez figuras femininas. A cena de entrega do peplo encontra-se no centro desse lado do friso.

Não se conhece qualquer texto antigo que explique com certeza o que representa o friso. Os historiadores e arqueólogos propuseram várias interpretações diferentes sobre aquela procissão das Panateneias. Chrysoula Kardara, Kristian Jeppese e Joan B. Connelly vêm nela os mitos fundadores atenienses; John Boardman vê a heroicização dos combatentes da batalha de Maratona. Para outras a representação transcendia a simples procissão e exprimia a dedicatória do conjunto da cidade à sua deusa tutelar (Atena).

Desde que foi realizado, o friso teve um grande influência na arte. Há principalmente dois temas que foram tomados de empréstimo por outros artistas: o apobátês (soldado em armas a subir ou a descer de um carro) e o bovino que é levado para ser ser sacrificado. Esses temas encontram-se na cerâmica ou na escultura e até na poesia de John Keats, no início do século XIX. A partir da chegada dos mármores do Partenon a Londres, nos primeiros anos do século XIX, a sua influência começou novamente a fazer-se sentir na arquitetura e arte do Ocidente. Os artistas copiaram ou utilizaram mais ou menos diretamente os relevos do friso, principalmente nas obras neoclássicas.

O friso foi relativamente pouco mexido durante muitos séculos, devido a ser pouco visível e pouco acessível, mas durante o cerco de Atenas (parte da Guerra da Moreia) pelos venezianos comandados por Francesco Morosini em 1687, um quinto foi destruído, nos lados norte e sul. Um pouco mais de metade do friso, os chamados mármores de Elgin, conserva-se no Museu Britânico, para onde foi levado por Lorde Elgin no início da década de 1800; um terço encontra-se no Museu da Acrópole de Atenas e o resto em vários outros museus, nomeadamente o Louvre em Paris e o do Vaticano. Praticamente desde a independência, na década de 1820, que o Estado grego reclama ao Reino Unido a restituição da parte do friso conservada no Museu Britânicos, bem como de outros elementos da decoração escultórica do Partenon.


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